Enfermeiros pedem fim de discriminação na carreira

04/06/20
Enfermeiros pedem fim de discriminação na carreira

A Enf.ª Fátima Monteiro, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), defendeu hoje, dia 4 de junho, no Porto, a necessidade de o Governo reconhecer “o risco e penosidade” da profissão e de acabar com a “discriminação” que a atual carreira impõe.

 

“São vários os problemas sentidos e que continuam por resolver. O surto epidémico só veio dar mais visibilidade a alguns deles, nomeadamente ao risco e à penosidade inerente ao exercício da profissão e à discriminação inaceitável por continuarem a coexistir vínculos diferentes entre enfermeiros”, sublinhou a Enf.ª Fátima Monteiro.

Em conferência de imprensa, realizada em frente ao Hospital de Santo António, no Porto, em cujo gradeamento foram colocadas imagens de enfermeiros com as suas principais reivindicações, a responsável referiu que a pandemia “veio agora evidenciar o que o sindicato anda a dizer há anos, não só em relação ao risco inerente à profissão, mas veio também mostrar o que é a discriminação entre enfermeiros”.

“Nós iremos fazer uma campanha a nível nacional e em cada ação iremos dar visibilidade aos problemas dos enfermeiros, que têm de ser reconhecidos”, afirmou.

Em seu entender, “não basta o reconhecimento em palavras, não basta dizer que os enfermeiros são fundamentais ou foram fundamentais na pandemia. São fundamentais em todo o processo de doença, seja ele na pandemia COVID-19, seja na prestação diária e o risco está em todos os serviços, no dia a dia da profissão”.

“A população reconheceu, a população agradeceu, o Governo agradeceu e o Presidente da República diz que quer reconhecer os enfermeiros, mas os enfermeiros querem que este reconhecimento vá além das palavras”, disse.

A iniciativa é, segundo a Enf.ª Fátima Monteiro, “mais uma forma de chamar atenção, exigir de uma vez por todas que os governantes valorizem a profissão e os reconhecem em momentos como este”.

A dirigente do SEP/Porto lembrou que “são cerca de 16 mil enfermeiros que não tiveram qualquer alteração remuneratória, mesmo com o descongelamento e com a revisão da carreira”.

“A pandemia não parou os enfermeiros na prestação direta de cuidados aos doentes que recorreram e recorrem ao Serviço Nacional de Saúde. As suas justas reivindicações também não pararam ou vão parar”, frisou.

Fonte: Lusa

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