Para a SPC, o risco associado à doença cardiovascular devia merecer mais atenção por parte das autoridades, cujo destaque se tem concentrado na idade: “Deviam ser criados mecanismos protetores destes doentes com dispensa de trabalho protegida, garantido o seu isolamento social pelo menos no mesmo grau dos doentes idosos”, esclarece o Prof. Doutor Victor Gil, presidente da entidade.
Segundo estudos apresentados, os doentes com comorbilidades apresentam as maiores taxas de mortalidade, sendo que entre estes destaca-se a patologia cardiovascular, que inclui a insuficiência cardíaca, cardiopatia isquémica incluindo antecedentes de enfarte do miocárdio, miocardiopatias e doença valvular grave.
A Sociedade destaca que em 44672 doentes chineses analisados, com taxa de mortalidade global de 2,3%, os doentes com doença cardiovascular apresentaram uma taxa de mortalidade de 10,5%, a que se seguiu um grupo de situações com taxas de mortalidade entre 6 e 7%, inseridos no grupo da diabetes, doença respiratória crónica, hipertensão e cancro.
De acordo com o responsável, “tem-se enfatizado a idade como fator de risco, mas apenas o grupo etário com mais de 80 anos apresentou taxa mais elevada. O grupo etário de 70 a 79 anos apresentou taxa de mortalidade de 8%”, explica.
A SPC alerta também as autoridades de que o risco associado a diversas doenças cardíacas não desaparece durante a epidemia e que, em consequência, os doentes de maior risco têm que prosseguir os seus tratamentos e ser adequadamente tratados nas fases agudas, com destaque para os doentes com enfarte do miocárdio.