Unidades de apoio ao hipertenso: farmácias portuguesas lutam contra doença

11/03/20
Unidades de apoio ao hipertenso: farmácias portuguesas lutam contra doença

As doenças cardíacas e a doença cerebrovascular (AVC) continuam a ser as principais causas de morte e incapacidade em Portugal, apesar das intervenções terapêuticas e dos esforços para a sua prevenção. Devido à sua distribuição geográfica, elevada acessibilidade e disponibilidade em recursos humanos e técnicos diferenciados, as farmácias portuguesas servem um papel ativo na luta contra a hipertensão, propósito para o qual as Unidades de apoio ao hipertenso (UAH) foram concebidas.

 

O controlo dos fatores de risco modificáveis, como é o caso da hipertensão, diabetes, dislipidemia e tabagismo, a par da modificação dos estilos de vida, são medidas preventivas efetivas. Ainda assim, os resultados alcançados continuam aquém do esperado.

Entre os principais fatores de risco, a hipertensão ocupa um lugar elevado pela prevalência que tem em Portugal. De acordo com dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), cerca de um quarto da população portuguesa tinha pressão arterial elevada em 2013. Em 2015, estimativas apontavam para que 36% da população residente com idade compreendida entre os 25 e os 74 anos fosse hipertensa (INS). Também preocupante era a elevada percentagem de indivíduos que não fazia tratamento, apesar do conhecimento da doença, dos que desconheciam ser hipertensos e dos que não estavam controlados com tratamento.

Esta realidade revela que ainda há muito por fazer no que toca ao combate à hipertensão, nomeadamente tornar fácil, em todo o território nacional, o acesso as novas tecnologias de monitorização da pressão arterial e investir em programas de proximidade de educação para a saúde. É neste aspeto que as UAH se inserem, tratando-se de unidades criadas no espaço físico das farmácias.

Esta é uma iniciativa que procura reproduzir em Portugal experiências bem-sucedidas em países como o Canadá, Estado Unidos da América (EUA) e Reino Unido. AS UAH irão disponibilizar a médicos e utentes de todo o país acesso às mais modernas tecnologias de monitorização da pressão arterial, criando as bases para a contratualização da prestação de serviços aos utentes de aconselhamento e educação para a saúde, para além da monitorização da pressão arterial.

As farmácias portuguesas com UAH encontram-se equipadas com o dispositivo OMRON 907, que faz medições totalmente automáticas da pressão arterial que reduzem substancialmente o efeito da bata-branca. Desde fevereiro que as farmácias estão dotadas com uma nova metodologia para a quantificação do risco cardiovascular e monitorização do tratamento, nomeadamente MAPA (monitorização ambulatória da pressão arterial). A MAPA é o método de eleição para a confirmação do diagnóstico de hipertensão verdadeira quando a pressão arterial está elevada ou quando se suspeita de hipertensão mascarada (pressão arterial normal em vigília, mas elevada no sono).

As UAH permitem realizar uma medição automatizada da pressão arterial sem assistência, bem como conceder aconselhamento e treino aos utentes na realização da automedição da pressão arterial no domicílio (AMPA). Permitem ainda a cedência de dispositivos semiautomáticos para AMPA e a medição ambulatória da pressão arterial – MAPA de 48h.

Mais de 250 farmácias por todo o território nacional já apostaram neste serviço. Para mais informações consulte esta ligação.

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