O projeto vencedor apresenta uma nova abordagem para o tratamento do mieloma múltiplo e que “implica o uso de nanopartículas oxidantes que irão fazer a diferenciação de células estaminais em osteoblastos. Aquilo a que chamamos uma diferenciação osteogénica”, refere o Prof. Doutor Vasco Bonifácio. O especialista acrescenta que estes osteoblastos vão ajudar na regressão ou no combate das células plasmáticas do mieloma múltiplo.
A Prof.ª Doutora Margarida Diogo, a quem coube, no decorrer da investigação, a diferenciação osteogénica de MSCs derivadas de hiPSCs, refere que “para estudar a possibilidade destas nanopartículas promoverem a diferenciação osteogénica” é utilizada “uma abordagem in vitro em que, no laboratório, vamos cultivar estas células estaminais que podem, aliás, ser obtidas a partir do próprio doente e verificar a possibilidade de as nanopartículas promoverem esta diferenciação osteogénica”.
“Vamos testar qual o nível de compatibilidade destas partículas, porque a parte de diferenciação de células estaminais pode correr bem, mas pode ter efeitos adversos para outras células”, alerta a Prof.ª Doutora Sandra Pinto que efetuou os estudos de biocompatibilidade e bioimagem.
O projeto vencedor desta bolsa pretende assim contribuir para uma melhor compreensão das lesões ósseas no mieloma.
A 3.ª edição da bolsa de investigação em mieloma múltiplo é uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Amgen Biofarmacêutica.