“Aproximar as duas grandes especialidades” - a Gastrenterologia e a Cirurgia - é o um dos principais objetivos da Conferência, uma vez que “tratam em comum muitas doenças graves”, que unindo forças conseguem “prestar melhor serviço aos doentes”, explica o Prof. Doutor Rui Tato Marinho.
Como afirma o especialista, o médico moderno “não deve saber só de Medicina”, mas de várias áreas, por isso a IA “tem destaque nesta conferência”, onde se pretende dar resposta à pergunta: “a IA vai tirar humanização à Medicina?”.
Consciente dos prós e contras da relação entre a Tecnologia e a Medicina, o Prof. Doutor Rui Tato Marinho aponta a Tecnologia como fator “desumanizador da profissão”, que não pode esquecer o seu papel basilar: “ajudar o outro”. Para tal, é preciso “deixar que o médico faça o que só ele consegue fazer: pensar, raciocinar, trabalho de mãos em contexto de cirurgia e, acima de tudo, falar com os doentes”.
Da mesma opinião é o Prof. Doutor João Coutinho que salienta a necessidade do “casamento entre a Cirurgia e a Gastrenterologia no atual panorama da Medicina”, vendo a IA como uma área de interesse para o departamento através do que ela permite: cirurgia virtual. Desta forma, a “laparoscopia, que era o símbolo de desenvolvimento da área, deixa de o ser”, dando assim lugar à “robótica”, que, na visão do especialista, deverá a ser substituída brevemente pela “nanoterapia”.
A “aviação” é um dos temas contemplados no programa científico da conferência de abertura, pela “sua segurança”. Característica já transportada para os blocos operatórios – “cirurgia segura”.
Esta conferência servirá ainda de ponto de partida para um ciclo de conferências bimensais, que pretendem levar a debate temas “não relacionados diretamente com a Medicina atual”, mas "importante" para a relação que se vem a formar entre a Saúde e a Tecnologia.
Para os interessados, o programa da Conferência “O médico do futuro” pode ser consultado aqui.