Realizada em colaboração com o Museu Maximiano de Lemos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a exposição terá início no próximo dia 28 de janeiro, no Hospital Garcia de Orta, percorrendo todos os distritos do continente e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira. O evento termina em janeiro de 2022, ano em que se comemora o centenário da primeira administração da insulina a uma criança de 14 anos.
Em agosto de 1921, diz o Prof. Doutor Davide Carvalho, a insulina foi administrada de forma experimental a cães tornados diabéticos por pancreatectomia, verificando-se a normalização dos valores de glicemia no sangue. Banting e Best, autores desta experiência, receberam o prémio Nobel da Medicina pela descoberta, em 1923. Em todo o mundo, 2021 será o ano destas comemorações.
“Com a introdução da insulina tudo mudou. Em termos de qualidade de vida, os doentes passaram a ter uma expectativa de vida quase que normal, com uma redução significativa do aparecimento de complicações, nomeadamente complicações agudas, neste caso a cetoacidose diabética, que era a principal causa de morte nesta fase e que fazia com que os doentes muito rapidamente ficassem muito debilitados e incapacitados de ter uma qualidade de vida normal”, salienta o especialista.
A exibição inclui um exemplar da obra do português João Rodrigues (1511-1568), “Amato Lusitano”, uma das primeiras descrições do tratamento da diabetes. Além disso, estarão disponíveis para observação também as primeiras agulhas, seringas, dispositivos para avaliar a glicemia, e até bombas infusoras sofisticadas.
Como afirma o Prof. Doutor Davide Carvalho, “o progresso tem sido enorme e esta exposição reflete precisamente as diversas fases e presta homenagem às pessoas que durante estes 100 anos se dedicaram não só ao desenvolvimento, mas também à sua aplicação aos doentes diabéticos”.
A exposição terá início em paralelo com a 72.ª Reunião Anual da SPEDM, que acontece, pela primeira vez, em formato virtual, de 28 a 31 de janeiro.