A investigação, que foi publicada na plataforma científica medRxiv, indica que o vírus pode promover alterações significativas na estrutura do córtex: a região do cérebro mais rica em neurónios e responsável por funções complexas como memória, atenção, consciência e linguagem.
“Os pacientes com COVID-19 podem apresentar sintomas neuropsiquiátricos e neurológicos. Descobrimos que ansiedade é manifestada entre 28% e 56% dos indivíduos infetados com SARS-CoV-2 com sintomas respiratórios leves”, pode ler-se no estudo coordenado por investigadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP).
Ao portal de notícias “G1“, a coordenadora do estudo Clarissa Lin Yasuda, disse que encontraram muitos pacientes que, mesmo já curados da COVID-19 “há cerca de dois meses, continuavam a apresentar sintomas neurológicos, como fortes dores de cabeça, sonolência excessiva, alteração da memória, além de perda de olfato e paladar”.
Resta saber se a gravidade destas lesões é passageira ou se é irreversível. Os cientistas vão acompanhar os pacientes do estudo durante os próximos três anos para tirar mais conclusões.