Os autores deste consenso pretenderam alertar para a urgência na necessidade de implementação de iniciativas baseadas na evidência e custo-efetivas no sentido de limitar a carga pessoal e os gastos com hospitalizações, muitas vezes evitáveis e observados na IC. Das medidas apresentadas, destacou-se a necessidade de criação de um Plano Assistencial Integrado em IC, incluído numa rede de referenciação entre cuidados de saúde primários e secundários.
O documento propõe ainda a uniformização de critérios e a partilha de informação entre os diferentes níveis de cuidados, permitindo um desenvolvimento de registo uniforme em IC e que os cuidados sejam monitorizados e avaliados, através da criação de um painel de indicadores comum.
A representante da Heart Failure Policy Network (HFPN), entidade responsável pela coordenação científica do documento, Dr.ª Sara Correia Marques, refere que a elaboração deste consenso reuniu elementos dos diferentes quadrantes da área da saúde, no intuito de “dar resposta a todas as necessidades não atendidas das pessoas que vivem com IC e seus cuidadores”.
Com o aumento da prevalência da insuficiência cardíaca, o coordenador do Grupo de Estudo de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, o Prof. Doutor José da Silva Cardoso, indica que “é indispensável torná-la uma prioridade do Serviço Nacional de Saúde, de modo a prepará-lo para esta área ao nível clínico, organizativo e financeiro”, acrescentando que “só assim será possível garantir aos doentes um melhor prognóstico e uma melhor qualidade de vida”.
O documento conta também com o contributo do presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), Prof. Doutr Luís Filipe Pereira, que considera que " as medidas propostas vêm dar uma resposta coerente às necessidades impostas pela doença".