“A epilepsia é uma doença que tem ponto de partida numa perturbação do funcionamento do cérebro e que leva a crises epilepticas que, com tendência para se repetirem, variam de doente para doente. Os números revelam que uma em cada 200 pessoas pode ter epilepsia, o que nos leva à importância da realização deste congresso para uma análise de qual a evolução que tem sido feita e quais as soluções para o futuro, com uma abordagem aos principais avanços e descobertas”, afirma Francisca Garcia Vieira de Sá, presidente da delegação do sul da LPCE.
No dia 18 de setembro, vão ser abordados os estudos genéticos, como e a quem pedir estes testes, o que se sabe hoje sobre autoimunidade e epilepsia e o impacto na prática clínica. Com os desafios da próxima década, o tema chave será a neurodegeneração e epilepsia, sob qual a relação entre a epilepsia e a neurodegeneração na criança e as doenças neurodegenerativas e a epilepsia.
Já no segundo dia do congresso, que será dedicado aos desafios no tratamento da epilepsia na próxima década, vai ser apresentado o futuro das terapêuticas farmacológicas e da cirurgia. “Um tema fundamental visto que, apesar de 70% dos doentes responderem de forma adequada a medicamentos para parar as convulsões, existem doentes com crises refratárias ou fármaco resistentes. Estes doentes normalmente apresentam falta de resposta ao tratamento com dois ou mais medicamentos antiepiléticos corretamente indicados e bem tolerados para conseguir o controlo das crises de forma sustentada. É aqui que entram as inovações na área da cirurgia para controlar o maior número possível de crises causando o mínimo de efeitos desagradáveis.”, acrescenta Francisca Sá.
A quarta e última conferência do congresso abordará os modelos computacionais e de conexão cerebral da Epilepsia. Este encontro, além de contribuir para uma atualização científica de diferentes especialistas e formação de médicos internos, permite que a LCPE atribua bolsas e prémios aos melhores projetos e trabalhos efetuados no âmbito da epilepsia em Portugal.
Francisca Sá reforça ainda que a adaptação do congresso a um formato virtual “foi a única forma de garantirmos a realização do evento, mantendo a necessária formação contínua e a partilha de experiência clínica, fundamentais para a promoção dos cuidados à pessoa com epilepsia. Asseguramos, assim, o crescimento da nossa comunidade científica, sem pôr em risco a saúde pública.”
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