O cérebro de mais de 12 mil pessoas que sofrem com défice de atenção/hiperatividade, autismo, doença bipolar, perturbação depressiva, perturbação obsessivo-compulsiva e esquizofrenia foi objeto de estudo para esta investigação, que tem como principal objetivo tentar prevenir o aparecimento destas doenças.
“Com esta descoberta vamos conseguir compreender melhor como é que as doenças se estabelecem e como evoluem para podermos encontrar novas formas de as tratar. Até ao momento o que fazemos é tentar reduzir os sintomas de doenças completamente estabelecidas do ponto de vista cerebral, isto é, já vamos tarde para reparar as alterações cerebrais que começaram muito cedo”, explica o coordenador da equipa de investigação portuguesa, do ICVS da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Prof. Doutor Pedro Morgado.
O trabalho foi publicado no JAMA Psychiatry e analisou o funcionamento de 34 regiões do cérebro, tendo identificado disparidades ao nível da densidade cortical, ou seja, as pessoas que sofrem das doenças psiquiátricas estudadas apresentam um córtex com menor densidade celular, comparativamente aos indivíduos sem nenhuma da patologia. A diferença deve-se a um número mais reduzido de neurónios piramidais, células que são fundamentais para a comunicação entre diferentes regiões cerebrais.
Esta investigação está integrada num consórcio mundial que envolve 299 autores de mais de 20 países.