Em Portugal, estima-se que 14,2% da população com mais de 40 anos viva com DPOC, muitos sem diagnóstico confirmado. Desses, segundo normas de orientação clínica (NOC) da DGS, todos os casos sintomáticos, bem como outros casos de doença respiratória crónica estabilizada deveriam fazer reabilitação respiratória, um tratamento ao qual apenas 0,5% a 2% têm acesso, em Portugal.
É no sentido de combater estes números e promover o acesso dos seus associados a este tratamento que a Respira assinou um protocolo de cooperação com a Linde Saúde. “Ainda que nem todos os doentes precisem de reabilitação respiratória, e de esse tratamento ter de ser prescrito pelo médico, consideramos essencial promover o acesso a esta terapia. O protocolo que assinamos representa o nosso compromisso continuado de ofereceremos soluções e apoios às pessoas com doença respiratória crónica”, destaca a Dr.ª Isabel Saraiva, presidente da Respira.
A Dr.ª Maria João Vitorino, diretora da Linde Saúde, contextualizou que “a implementação de reabilitação e fisioterapia respiratória domiciliária veio dar resposta aos doentes que se depararam com a impossibilidade de prosseguir com os seus programas de reabilitação, neste contexto de pandemia por COVID-19”.
Fisioterapeuta da Linde Saúde, a Drª Luísa Morais partilhou que “embora desafiante para todos, tem sido uma experiência bastante positiva. Fomos capazes de transferir rapidamente a prestação dos cuidados para o domicílio, onde os doentes passaram a ter as sessões de fisioterapia e exercício, com o nosso acompanhamento por telefone ou, em casos específicos, com visitas presenciais. O maior desafio é manter os canais de comunicação com outros profissionais de saúde que fazem o apoio aos doentes”.
“É muito importante desenvolver formas de interação entre os doentes, recorrendo às plataformas digitais, dado que reabilitar em grupo é sempre muito mais positivo. O coro ‘Respirar a Música’ é um excelente exemplo de promoção dessa interação”, salientou ainda a Dr.ª Luísa Morais.