Liraglutido é atualmente indicado para o controlo de peso crónico em adultos com um índice de massa corporal (IMC) superior a 30kg/m2, ou superior a 27kg/m2 com uma ou mais comorbilidades associadas ao excesso de peso, como um complemento a uma dieta hipocalórica e um aumento da atividade física.
O estudo foi desenvolvido para avaliar a eficácia e segurança de liraglutido nesta população e alcançou o seu objetivo primário, demonstrando que a substância, comparada com o placebo, foi superior na redução do desvio padrão (DP) do IMC em 56 semanas, com uma diferença estimada de tratamento (DET) de -0,22. O estudo foi um requisito pós-comercialização da Food and Drug Administration (FDA) e da European Medicines Agency (EMA), de acordo com o Plano de Investigação Pediátrica (PIP), e ambos visam garantir que os tratamentos sejam seguros e eficazes para crianças e adolescentes.
Durante os últimos 20 anos, a prevalência global do excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes duplicou de um em 10 para um em cinco. No entanto, atualmente, as opções de tratamento para esta população são limitadas, destacando-se uma necessidade considerável e crescente de estratégias adicionais.
“A maioria dos adolescentes com obesidade provavelmente terá obesidade na idade adulta e tem um risco aumentado de desenvolver outras doenças relacionadas com o peso e, é por isso, que é tão importante apoiá-los desde o início”, disse o Prof. Doutor Aaron Kelly, docente de pediatria e codiretor do Centro de Medicina e Obesidade Pediátrica da Universidade de Minnesota.
“Hoje as opções de tratamento que vão para além do aconselhamento comportamental são limitadas para adolescentes com obesidade. Os medicamentos para combater a obesidade podem ser uma opção fundamental como parte de um plano personalizado e completo para ajudá-los a perder peso e a mantê-lo”, acrescentou.
No estudo, após 56 semanas de tratamento, verificou-se uma diferença na variação do IMC (kg / m2) com os adolescentes no braço de liraglutido a atingir uma redução de 4,29% no IMC, em comparação com um aumento de 0,35% com o placebo. Além disso, 43,3% dos adolescentes tratados com liraglutido tiveram uma redução de 5% ou mais no IMC na semana 56 (em comparação com 18,7% no placebo) e 26,1% tiveram uma redução de 10% ou mais (em comparação com 8,1% com placebo).
“Somos encorajados por estes resultados e pelo progresso feito para fornecer uma opção de tratamento para profissionais de saúde que cuidam de adolescentes que vivem com obesidade”, disse o Prof. Doutor Mads Krogsgaard Thomsen, vice-presidente executivo e diretor da área científica da Novo Nordisk.
O responsável adiantou: “É vital que as famílias afetadas pela obesidade tenham as ferramentas e recursos necessários para resolver este problema de saúde. Estes dados contribuem para a extensa evidência de utilização clínica e do valor de liraglutido e apoiam o compromisso da Novo Nordisk de melhorar a vida das pessoas com obesidade”.
Não foram identificados novos sinais de segurança, nem hipoglicemias graves, sendo que as reações adversas foram semelhantes às observadas em adultos. Durante o período de tratamento de 56 semanas, 64,8% dos adolescentes em liraglutido relataram acontecimentos adversos gastrointestinais, em comparação com 36,5% daqueles que receberam placebo. Três adolescentes em liraglutido relataram acontecimentos adversos graves, contra cinco no grupo placebo. Um número maior de adolescentes interrompeu o tratamento devido a reações adversas com liraglutido (10,4%) em comparação com placebo (0%), principalmente relacionadas com efeitos colaterais gastrointestinais.