Na norma que entrou em vigor às 00h00 desta quinta-feira, a autoridade nacional de saúde lembra que atualmente não existem medicamentos autorizados para o tratamento de covid-19, nem estão autorizadas quaisquer vacinas, mas que há várias moléculas apontadas como “possíveis candidatos terapêuticos”.
“À data, considerando o conhecimento científico atual e as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), encontram-se em investigação, entre outras, as seguintes estratégias terapêuticas: remdesivir [usado para o vírus do ébola], lopinavir/ritonavir [vírus da imunodeficiência humana], e cloroquina [malária] ou hidroxicloroquina [malária]”, revela o documento.
De acordo com os critérios de abordagem terapêutica definidos pela DGS, os doentes internados em enfermarias que apresentem insuficiência respiratória ou evidência radiológica de pneumonia podem ser tratados com hidroxicloroquina ou cloroquina durante pelo menos sete dias, sendo também admitido considerar juntar lopinavir/ritonavir. Já os doentes internados em unidades de cuidados intensivos têm todos indicação para poder tomar, além dos outros fármacos, o remdesivir, usado em casos de ébola.
Na nota, a DGS adianta que estas terapêuticas antivirais podem ser equacionadas de acordo com os critérios definidos e “com o juízo clínico”.
Esta semana foi anunciado o lançamento de um grande ensaio clínico para testar quatro tratamentos experimentais contra o coronavírus em vários países europeus. O ensaio Discovery deverá incluir 3.200 doentes europeus em França, na Bélgica, nos Países Baixos, no Luxemburgo, no Reino Unido, na Alemanha e em Espanha, podendo chegar a outros países.
Em causa estão um antiviral projetado inicialmente para o vírus ébola, um medicamento contra o VIH e um tratamento da cloroquina, que é usada em casos de malária/paludismo.
Neste momento, Portugal regista 3544 casos de infeção e 60 mortes devido ao novo coronavírus, conforme as informações do último boletim epidemiológico da DGS. De notar que dos infetados, 43 pessoas já recuperaram.
O país está em estado de emergência desde as 00h00 do dia 19 de março, até às 23h59 do dia 2 de abril.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 487 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 22 mil. Dos infetados, cerca de 118 mil já recuperaram.
Fonte: Lusa