“Para poderem dispensar ao público máscaras e desinfetantes, muitas farmácias estão a ser forçadas a praticar preços superiores ao habitual, mesmo reduzindo ou abdicando das margens de comercialização necessárias à sua sustentabilidade. A intervenção das autoridades reguladoras é bem-vinda, sobretudo se conseguir repor o acesso às matérias-primas e produtos de que as farmácias necessitam para servir os portugueses e proteger as próprias equipas”, refere o Dr. Nuno Flora, secretário-geral da ANF.
As farmácias têm tido uma grande procura destes produtos que se encontram em escassez em vários países, apelando a que sejam criadas as condições para continuar a fornecer estes produtos aos portugueses nos seus esforços de proteção individual.
No que diz respeito ao registo de atendimentos, o fim-de-semana de 21 e 22 de março representou uma queda de 56% em relação ao fim-de-semana anterior, de 14 e 15 de março, pelo que a atividade setorial parece estar a regularizar. Os números estão 15 a 20% abaixo de um fim-de-semana normal, sem qualquer surto epidémico, e muitas farmácias de centros urbanos registaram recordes de baixa procura, adianta a entidade.
O pico de atividade foi atingido no dia 13 de março, com 941 mil atendimentos: “As nossas equipas fizeram um esforço colossal para resistir ao pânico e tranquilizar a população”, afirma o Dr. Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF.
“A rede de farmácias está a trabalhar em grande sofrimento por falta de máscaras e desinfetantes, não só para servir os portugueses como para garantir a segurança das nossas próprias equipas”, adianta o responsável, acrescentando que “o Estado não pode discriminar as farmácias no acesso a equipamentos de proteção individual”.
A ANF garante ainda que “os portugueses não precisam de fazer stocks anormais de medicamentos em casa, porque a continuidade dos tratamentos está garantida”. Máscaras e desinfetantes são as únicas áreas de preocupação, conclui.