“É do conhecimento geral que estamos na iminência de uma grave escassez de sangue causada pela pandemia do covid-19. Situações epidémicas anteriores como, por exemplo, o H1N1, tiveram um impacto negativo significativo nas reservas de sangue, uma vez que os dadores, que temem uma possível exposição ao vírus, evitam os pontos de recolha e os hospitais”, esclarece o organismo.
A entidade adianta que, face à pandemia de covid-19, o fornecimento de sangue está a diminuir, à medida que os dadores se afastam e o sangue doado expira. Nesse sentido, e para preservar o declínio progressivo do fornecimento de sangue, os Estados Unidos da América e outros governos, bem como a Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram o seu parecer favorável à gestão de sangue do doente (Patient Blood Management).
“Neste momento, em que enfrentamos uma crise global sem precedentes, todos os esforços devem ser implementados”, sublinha a SABM.
A sociedade considera também que devem ser implementadas algumas estratégias-chave de gestão de sangue dos doentes para que parte da atividade clínica necessária possa continuar, em detrimento de privar os doentes dos procedimentos cirúrgicos necessários como forma de combater as poucas reservas de sangue disponíveis.
Nesse sentido, a SABM apela à educação dos doentes, que fazem parte de um esforço global, o apoio dos doentes no pós-operatório com recurso a terapêuticas que promovam a produção de sangue e a monitorização do estado dos doentes após a cirurgia, intervindo rapidamente em caso de sangramento inesperado.
Além disso, os profissionais de saúde devem ainda usar todos os métodos conhecidos e eficazes de conservação de sangue durante e após um procedimento, incluindo a eliminação de exames de sangue excessivos, bem como identificar e resolver problemas de coagulação antes da cirurgia e tratar a anemia.