O Infarmed reitera que não há motivo para os doentes que se encontrem em tratamento com os referidos medicamentos o interrompam, acrescentado que a relação entre o agravamento das infeções e a toma de ibuprofeno está a ser avaliada na União Europeia, por parte do Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
A análise deverá estar concluída em maio deste ano, esperando-se que “permita esclarecer se existe uma associação entre a toma de ibuprofeno e a exacerbação das infeções”. A entidade sublinha que como o ibuprofeno é utilizado para tratar os sintomas iniciais das infeções, será “extremamente complexo determinar esta relação”.
Ainda assim, o Infarmed recomenda que o tratamento sintomático da febre seja realizado através do uso de paracetamol como primeira alternativa, mas que não existem evidências para contraindicar o uso de ibuprofeno: “Os dois medicamentos devem ser utilizados com base na informação constante do Resumo da Características do Medicamento e Folheto Informativo”, alerta o organismo.
A entidade apela ainda a que todos os doentes respeitem as indicações dos seus médicos assistentes no uso racional dos medicamentos prescritos, assegurando que continuará a acompanhar e a divulgar novas informações sobre este assunto, em articulação com a rede europeia do medicamento.
Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselhou, esta terça-feira, o uso de ibuprofeno para alívio de sintomas de pessoas infetadas com covid-19.
Em declarações aos jornalistas em Genebra, o DR. Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, referiu que os especialistas das Nações Unidas "estão a analisar o assunto", mas não recomendam o uso de ibuprofeno.
“Por enquanto, recomendamos o uso de paracetamol e não de ibuprofeno como automedicação. É importante", concluiu.
As conclusões dos estudos sobre o efeito do ibuprofeno só devem ser conhecidas em maio.