Ao longo de seis décadas que 27 presidentes levaram a SPG à notoriedade dentro e além-fronteiras, promovendo a investigação e divulgação científica entre os seus pares e a população. Este período conheceu importantes progressos que permitiram salvar vidas e aumentar a esperança média de vida, entre os quais o desenvolvimento da endoscopia (endoscopia digestiva alta, endoscopia para o pâncreas e vias biliares, colonoscopia para o cólon, cápsula para o intestino delgado), o tratamento da úlcera duodenal, a identificação do Helicobacter pylori, do vírus da hepatite B e a descoberta do vírus da hepatite C.
Outros progressos importantes para a Gastrenterologia foram a descoberta da vacina da hepatite B, os medicamentos para controlar a hepatite B, a cura da hepatite C, a noção da importância do rastreio do cancro do cólon, o transplante hepático e ainda o uso da elastografia hepática (tipo particular de ecografia que dispensa a biópsia hepática).
A tecnologia permitiu não só a melhoria nos exames de diagnóstico radiológicos e laboratoriais, como também a obtenção de medicamentos inovadores e dispositivos médicos, tornando a especialidade mais fácil de diagnosticar, tratar e curar, e salvar vidas.
Estima-se que um terço da população necessitará de consultar um gastrenterologista um dia. Em Portugal, um terço de todos os cancros são do aparelho digestivo, responsáveis por 10% das mortes anualmente. O cancro do fígado e do pâncreas são dos que têm pior prognóstico, esperando-se que a sua incidência aumente nas próximas décadas. O gastrenterologista lida também com situações menos graves, mas que afetam milhões de portugueses, como é o caso do intestino irritável, a obstipação e a doença de refluxo.