Apenas 15,6% dos portugueses recorrem a serviços médicos ou de enfermagem ao domicílio para o tratamento de doença crónica. No entanto, 78% têm conhecimento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), sendo encarada como uma valência útil (53,1%). Daqueles que já ouviram falar da rede, 75,8% considera que esta é insuficiente para as necessidades, e 59,5% afirma que o acesso é difícil devido ao tempo de espera, à burocracia, entre outros fatores.
Um dos requisitos obrigatórios à prestação do serviço é a existência de cuidadores informais, que, ao serem questionados quanto à sua disponibilidade para atender a familiares ou amigos que pudessem optar por este método, 41,3% respondeu que não tinha disponibilidade devido à sua ocupação profissional ou outros compromissos pessoais.
Cerca de 98% dos inquiridos considera que os cuidadores informais devem receber apoios, entre os quais períodos de descanso semanal, noturno e/ou período de férias (84,1%), facilidades ao nível laboral no caso de manterem uma ocupação profissional em paralelo (82,1%) e apoio ao nível da formação enquanto cuidadores (80,4%). Para além disso, 67,8% considera que o apoio financeiro é uma medida necessária. Destes, 52,1% considera que o valor justo a atribuir deveria ser proporcional ao salário que auferia antes de ser cuidador informal, e 69,6% apoia que o intervalo monetário se encontre entre os 501 e os 1100 euros mensais.
Quanto às vantagens e desvantagens do internamento hospitalar, os inquiridos que já se encontraram nessa situação destacaram como vantagem o acesso a cuidados de saúde de forma rápida em primeiro lugar, seguindo-se da presença constante de profissionais de saúde. Contudo, o risco de infeções hospitalares e a falta de privacidade foram apontadas como desvantagens ao serviço.
Cerca de 71,6% dos inquiridos considera que não existem diferenças na qualidade dos cuidados de saúde prestados em contexto domiciliar. Das condições para que o serviço seja de qualidade podemos destacar as equipas de profissionais de saúde (88%), as condições em casa, como saneamento, aquecimento, redes de comunicação, entre outras (78,5%), e a garantia de que o serviço é igual ou melhor ao do hospital (71,9%).
O questionário teve por base um inquérito online com 746 respostas válidas, entre 26 de junho e 1 de outubro. Os inquiridos, maioritariamente do género feminino (77,48%), residentes nos distritos de Lisboa (32,8%) e Porto (16,1%) e com formação académica (76,1%), têm uma idade média de 42 anos. O “Inquérito sobre Hospitalização Domiciliária” foi promovido pela Angelini Farmacêutica, no âmbito da 10.ª Edição do Angelini University Award! de 2018/2019.
O Angelini University Award!, em vigor desde 2009, visa a promoção de projetos multidisciplinares e com aplicação prática. Este ano, teve como mote “Hospital 2.0 – O hospital é em minha casa: projetos facilitadores da hospitalização no domicílio”.