Depois da autorização de introdução no mercado por parte da Comissão Europeia no ano passado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), concedeu agora a comparticipação de Durvalumab para o tratamento do cancro do pulmão de células não-pequenas (CPCNP) irressecável, localmente avançado (estádio III) em doentes cujos tumores expressam PD-L1 em ≥ 1% das células do tumor e cuja doença não progrediu após quimiorradioterapia baseada em platina.
Recorde-se que aproximadamente um terço dos doentes com CPCNP têm um diagnóstico de doença no estádio III apresentando, na maioria dos casos, tumores irressecáveis. O tratamento de referência neste estádio da doença é a quimiorradioterapia. Contudo, apesar de esta ser administrada com intuito curativo, estima-se que a maioria dos doentes irá progredir. A taxa de sobrevivência global a 5 anos permanece reduzida, nos 15%-25%.
Depois de décadas sem avanços na terapêutica sistémica para o tratamento de doentes com CPCNP no estádio III surge o estudo PACIFIC, que avaliou o primeiro fármaco de imunoterapia a ser utilizado neste setting - Durvalumab. No estudo PACIFIC, durvalumab, como terapêutica de consolidação após quimiorradioterapia, demonstrou reduzir de forma significativa o risco de progressão da doença e de morte em doentes com CPCNP irressecável no estádio III.