Segundo o Prof. Doutor António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), o diagnóstico é difícil e pode demorar entre 12 a 24 meses, isto porque os sintomas são muitas vezes desvalorizados pelo doente e confundidos numa primeira fase com outras doenças cardíacas e respiratórias.
“Inicialmente, o doente tende a interpretar a dispneia de esforço (falta de ar, dificuldade em respirar) como uma consequência normal do avanço da idade.” Por outro lado, o pneumologista explica que inicialmente “são despistadas doenças mais frequentes, como a insuficiência cardíaca ou a doença pulmonar obstrutiva crónica, não havendo a sensibilidade de procurar igualmente a fibrose pulmonar idiopática, mesmo quando as outras doenças não são diagnosticadas”.
Entre os exames que permitem identificar os casos de fibrose pulmonar idiopática encontram-se “a TAC torácica, que se evidenciar um padrão de pneumonia intersticial usual definitiva, é suficiente para diagnóstico. Nos outros casos, existem situações que necessitam da realização de biopsia pulmonar”. A cura está apenas no transplante pulmonar, mas existem medicamentos antifibróticos que permitem uma desaceleração na progressão da doença.
Sendo setembro o mês de sensibilização para esta doença rara, o presidente da SPP deixa um alerta aos especialistas: “quando despistadas as doenças comuns do foro cardíaco e respiratório, o médico deve pensar neste diagnóstico quando o doente se queixar de dispneia de esforço e/ou tosse seca e apresentar crepitações inspiratórias basais na auscultação pulmonar”.
Quanto ao doente, importa “não desvalorizar os sintomas e procurar um médico quando a falta de ar, o cansaço e a tosse seca forem persistentes”.