Unidade de Queimados de Coimbra assinala 30.º aniversário

13/08/19
Unidade de Queimados de Coimbra assinala 30.º aniversário

Inaugurada em julho de 1989, a Unidade de Queimados (UQ) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) tem internado anualmente de 150 a 200 doentes adultos, dispondo para isso de 10 quartos independentes, com instalações sanitárias próprias, cinco dos quais preparados para a prestação de cuidados intensivos.

Em Portugal registam-se, em média, cerca de 30 mil casos de queimaduras por ano, embora apenas cerca de 1.400 casos justifiquem o internamento em instituições hospitalares, sendo que em metade destes, a gravidade ou extensão das lesões exigem o encaminhamento para uma Unidade de Queimados.

Constituindo um exemplo paradigmático de doente politraumatizado, uma vez que as suas lesões alteram o equilíbrio homeostático de todos os sistemas do corpo humano, a vítima de queimaduras graves encontra-se em risco de vida iminente, necessitando de cuidados permanentes e diferenciados durante o seu internamento em unidades hospitalares especificamente criadas para esse efeito.

Atingindo com maior frequência os grupos etários extremos, abaixo dos quatro anos ou acima dos 60 anos de idade, as queimaduras graves provocam uma morbilidade prolongada e originam graves sequelas temporárias e/ou definitivas, sendo responsáveis ainda por importantes prejuízos económicos e sociais.

No CHUC fazem parte da Unidade um bloco operatório próprio, uma sala de balneoterapia e várias salas de apoio. No exterior da enfermaria existem também duas salas de consulta e duas salas de pensos e tratamento ambulatório.

Desde a sua abertura, foram internados na Unidade de Queimados do CHUC um total de 4.576 doentes, sendo que cerca de 25% destes provinham distritos não pertencentes à Zona Centro e alguns também de países estrangeiros. No que diz respeito ao corrente ano, foram já admitidos 70 doentes, com uma média etária de 66 anos de idade. Estes doentes sofreram principalmente queimaduras por fogo ou líquidos ferventes, na maioria das vezes devido a acidentes domésticos. Registaram-se três fatalidades, correspondendo a uma média anual de 4%.

Sabe-se ainda que tem havido uma redução progressiva e sustentada da mortalidade dos doentes internados, apesar de um case-mix extremamente pesado relacionado com a gravidade das lesões, a idade elevada da maioria dos doentes, com múltiplas patologias associadas, e o seu precário nível socioeconómico. Tem-se criado ainda protocolos terapêuticos médicos e de enfermagem, que tem levado à padronização e melhoria dos cuidados prestados, podendo servir como exemplo o facto de o protocolo de terapêutica antimicrobiana ter possibilitado uma redução substancial da utilização destes agentes, com redução dos custos e da morbimortalidade e com uma diminuição das resistências aos antimicrobianos, que são manifestamente inferiores à média do CHUC.

A par deste serviço, a UQ do CHUC tem desenvolvido ainda atividade de investigação e produção científica, traduzida na realização de teses de mestrado e de doutoramento, publicação de dezenas de artigos em revistas científicas nacionais e estrangeiras, organização de congressos científicos nacionais e internacionais, participação em ensaios clínicos nacionais e internacionais, entre outros.

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