1.ª pílula chegou a Portugal há 56 anos. Museu da Farmácia promove conversa "Sexualidade e a Revolução dos Cravos"

12/04/19
1.ª pílula chegou a Portugal há 56 anos. Museu da Farmácia promove conversa "Sexualidade e a Revolução dos Cravos"

“Sexualidade e a Revolução dos Cravos” é o tema da próxima “Conversa sobre Sexualidade”, organizada pelo Museu da Farmácia. Uma conversa cujo objetivo passa por analisar o impacto da pílula contracetiva nas diferentes formas de sentir e de agir com a sexualidade na sociedade. Decorre no dia 22 de abril, poucos dias antes do 45.º aniversário da revolução de abril, data que assinala também a aceitação pública deste método anticoncecional.

 

A Prof.ª Doutora Isabel Freire, socióloga e investigadora, Maria Antónia Palla, jornalista e uma das fundadoras da Liga dos Direitos das Mulheres, a Prof.ª Doutora Maria de Fátima Bonifácio, historiadora e investigadora e a Prof.ª Doutora Maria Filomena Mónica, socióloga, escritora e investigadora, são as convidadas para a conversa. A moderação fica a cargo da Prof.ª Doutora Patrícia Pascoal, presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.

A pílula, enquanto primeiro medicamento para inibir a ovulação, foi uma das mais completas revoluções a nível mundial. O seu aparecimento implicou uma mudança desafiante na sexualidade, mas também a outros níveis: fisiológico, social, religioso, cultural, político, económico, emocional e demográfico, que teve os primeiros passos ainda nos anos 20 do século XX, mas apenas com resultados na sociedade nos anos 60. 

Museu da Farmácia possui uma das primeiras embalagens dos anos 60 deste medicamento, o Anovlar, a primeira pílula contracetiva oral, lançada pela Schering. Terá chegado a Portugal possivelmente em 1963, comercializada não como pílula contracetiva, mas como medicamento para regular e aliviar os sintomas desagradáveis do período menstrual das mulheres.

“Propagou-se” a partir de 1968, durante a Primavera Marcelista e com um discreto fechar de olhos por parte da Igreja Católica. Mas só com a chegada da democracia, a 25 de Abril de 1974 e a abertura para a sexualidade, a pílula foi encarada publicamente como método científico anticoncecional.

O “Ciclo de Conversas sobre Sexualidade” é uma iniciativa coordenada pelo Dr. João Neto, diretor do Museu da Farmácia, e pela Dr.ª Isabel Pires, responsável dos Serviços Educativos da ANF.

Conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica e da World Association for Sexual Health.

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