O programa da Organização das Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) prevê que até 2020 se atinja o objetivo de ter 90% das pessoas infetadas por VIH diagnosticadas e que, dessas, 90% estejam a fazer tratamento e, por sua vez, 90% delas apresentem carga viral indetetável.
Tendo como base de análise dados de 2016, o estudo identificou que, em Portugal, 91,7% das pessoas que vivem com a infeção VIH estão diagnosticadas, 86,8% dessas pessoas diagnosticadas estão a ser tratadas e 90,3% das pessoas que estão em tratamento apresentam carga viral indetetável. Ou seja, o primeiro e o último "90" foram já concretizados.
Em declarações à Agência Lusa, o Dr. Masoud Dara, coordenador do Programa de Doenças Transmissíveis da OMS, reconheceu que "Portugal tem feito um trabalho exemplar nos campos da prevenção, deteção, tratamento e cuidados dos doentes com VIH", encontrando-se "entre os dois ou três melhores [países], se não for mesmo o primeiro, em termos de acesso integral aos cuidados integrados".
A apresentar as conclusões deste programa esteve a Dr.ª Isabel Aldir. Nas palavras da diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH e SIDA, o esforço feito até agora deve continuar, por forma a manter “as metas e consolidá-las”.
“Estou certa de que para a próxima vamos estar numa posição ainda melhor do que aquela que estamos aqui hoje a celebrar”, destaca a especialista.
Ainda que os resultados nacionais sejam promissores, o Prof. Doutor Kamal Mansinho alerta para a necessidade de continuar a trabalhar e não “descansar à sombra destes ganhos e sucessos”, tornando-se fundamental “inovar e começar a pensar em metas mais ambiciosas”.
“Apesar de tudo, há um percurso que se consolida com informação mais concreta que nos permite olhar com mais segurança para a realidade do VIH”, refere o especialista.
Presente enquanto convidada do encontro esteve também a Dr.ª Graça Freitas, a quem foi dada a responsabilidade de abrir a sessão. Colocando-se na mesma linha de pensamento do Prof. Doutor Kamal Mansinho, a diretora-geral da Saúde destaca a importância de “continuar a trabalhar na prevenção, no diagnóstico e no tratamento adequado”.
“Hoje é um dia feliz, atingimos muito bons resultados, que são um estímulo para continuar a trabalhar no futuro e fazer ainda melhor”, adianta, referindo a redução da incidência, a luta contra o estigma e a manutenção dos objetivos já alcançados como pontos a pensar para o futuro.
Para mais informações, consulte aqui o relatório “Infeção VIH e SIDA – Desafios e Estratégias 2018”.
Carolina Robalo Silva