Todos os elementos da população em estudo apresentavam pelo menos quatro dias de enxaqueca por mês e uma cota pré-definida de 90% de pessoas com pelo menos um tratamento preventivo. Em média, 60% dos entrevistados referiu ter faltado a quase uma semana de trabalho (4,6 dias) no último mês devido à enxaqueca.
Durante o trabalho, foi avaliado o impacto da enxaqueca no trabalho, incluindo a redução da produtividade (presenteísmo) e as horas perdidas (absentismo), tendo por base o questionário Produtividade no Trabalho e Incapacidade na Atividade (WPAI). Aqueles que tinham trabalhado na semana anterior ao estudo relataram que a produtividade foi reduzida em mais de metade (redução de 53%), percentagem esta que subiu para 56% nos trabalhadores com insucesso terapêutico em dois ou mais tratamentos preventivos.
“A enxaqueca é frequentemente subvalorizada como sendo apenas uma dor de cabeça. Estes resultados trazem uma nova perspetiva sobre uma doença invisível, ainda que debilitante”, afirma a Dr.ª Elena Ruiz de la Torre, diretora executiva e ex-presidente da EMHA, num comunicado divulgado à comunicação social.
“Ainda que vivam com uma condição altamente incapacitante, estas pessoas esforçam-se por ser produtivas, mas precisam de maior alívio dos sintomas e apoio no local de trabalho, para conseguir atingir o seu potencial em pleno. A EMHA está envolvida em várias iniciativas que estão comprometidas em contribuir para esta causa”, acrescenta.
Apesar do impacto devastador da enxaqueca, os entrevistados partilharam que, embora a maioria de empregadores (63%) tenha conhecimento da sua condição, apenas 18% ofereceu apoio. Além disso, muitos afirmaram sentir-se julgados, estigmatizados ou incompreendidos ao faltar ao trabalho, ilustrando assim a necessidade de sensibilização das entidades empregadoras.