Médicos mantêm greve para os dias 10 e 11 de maio

05/05/17
Médicos mantêm greve para os dias 10 e 11 de maio

Os sindicatos que representam os médicos decidiram manter a greve marcada para os dias 10 e 11 de Maio, como protesto pelo não cumprimento das promessas feitas pelo Ministério da Saúde: reduzir de 200 para 150 o atual número de horas extraordinárias, de 18 para 12 horas semanais nas urgências e de redução de 1.900 para 1.500 o número de doentes de cada médico de família.

A reunião dos representantes dos médicos com o Ministério da Saúde demorou cerca de uma hora e o Dr. Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, disse que esta nova ronda negocial foi “um retrocesso” e que a tutela “não só não cumpriu, como voltou atrás” nas promessas feitas. Recorde-se que alguns destes valores foram acordados entre os sindicatos e o Governo aquando da troika, mas deveriam ter vigorado apenas até 2015, altura em que haveria uma revisão das mesmas.

O Dr. Jorge Roque da Cunha e o Dr. Mário Jorge Neves, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), deram uma conferência de imprensa conjunta, na qual anunciaram a manutenção da greve para a véspera da visita do Papa a Portugal. O Ministério da Saúde chegou a propor um plano a três anos para reduzir o tempo de trabalho extraordinário, o tempo de trabalho nas urgências e a lista dos médicos de família, mas os sindicatos recusaram e pediram que a redução acontecesse até ao fim da legislatura. Na proposta final, o ministério só admitiu colocar no texto de acordo a intenção de que estariam disponíveis para avaliar estes temas. Ambos os sindicatos reconhecem que os utentes vão sair prejudicados, mas asseguram que a greve “não é contra os cidadãos mas sim contra o poder político que se recusa a dinamizar o SNS”.

“Há indignação, estupefação e até sentimento de revolta”, adiantou o Dr. Mário Jorge Neves, para quem os médicos “não mais poderão levantar-se” perante os vários governos se a greve não for expressiva”. O líder da FNAM frisou não compreender que o Ministério delegue na Administração Central do Sistema de Saúde as competências para negociar as exigências dos médicos num momento tão sensível. O calendário negocial deverá decorrer até Setembro.

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