SPT defende que número de transplantes realizados pode melhorar

11/02/16
SPT defende que número de transplantes realizados pode melhorar

Segundo dados divulgados pelo Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), em 2015 registaram-se 381 dadores e 830 transplantes, o que representa uma melhoria de 9,5% e 11%, respetivamente, face a 2014. Ainda assim, a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) acredita que Portugal continua aquém do seu potencial de colheita e transplantação.

O presidente da SPT, Dr. Fernando Macário, afirma que “a melhoria dos números refletem um esforço grande de reorganização da equipa da coordenação de transplantação do IPST, mas ainda assim muito mais há por fazer. As medidas tomadas na área da transplantação nos últimos anos são importantes mas representam um investimento insuficiente e os números poderiam ser melhores. Se o transplante em paragem cardiocirculatória não tivesse demorado tantos anos a arrancar, teríamos seguramente mais dadores e mais transplantes”.

O especialista realça que as discrepâncias regionais mantêm-se. “As discrepâncias no transplante de cadáver são ainda marcadas. Temos unidades hospitalares que não detetam todos os potenciais dadores e colhem órgãos muito aquém do que deveriam, uma situação relativamente à qual temos lançado repetidos alertas”.

O Dr. Fernando Macário alerta que “é também necessário repensar a rede de coordenação da colheita. As estruturas oficiais não têm capacidade para auditar e vigiar esta atividade. Os registos da atividade ainda são arcaicos e a informação não circula entre os profissionais da área”.

“Além do esforço que está a ser feito na área da colheita de órgãos também é necessário apostar na formação de recursos humanos na área da transplantação e na melhoria das condições de algumas unidades de transplantação”, conclui o presidente da SPT.

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