A recomendação mínima de 150 minutos de exercício por semana continua a ser uma referência essencial, mas Pedro Saint-Maurice reforça que os benefícios não se limitam ao exercício estruturado: caminhar mais, usar as escadas ou realizar tarefas domésticas mais exigentes também contam. “A atividade física pode ser espalhada ao longo do dia e não tem de ser consecutiva”, acrescenta.
Atualmente, a Fundação Champalimaud integra um programa pioneiro com fisiologistas e oncologistas a trabalharem em conjunto no Laboratório de Atividade Física e Qualidade de Vida, criado há dois anos. Doentes com cancro da mama, próstata e digestivo já participam em programas de exercício adaptados, com efeitos positivos tanto na recuperação como na qualidade de vida.
Apesar dos avanços, o especialista alerta para a falta de guidelines nacionais sobre exercício físico durante o tratamento oncológico e para a escassez de profissionais qualificados nas instituições de saúde. Ainda assim, acredita no progresso, garantindo que “estamos a conhecer esta realidade e estamos numa fase muito inicial. Mas tenho a certeza de que chegaremos lá”.
A par disso, destaca os resultados de um estudo recente, com cerca de 85 mil participantes, que associou a realização diária de 9 000 passos a uma redução significativa do risco de cancro. “É um método objetivo muito fácil de monitorizar”, afirma o especialista, apelando a pequenas mudanças no dia a dia que promovam mais movimento.
Fonte: Lusa