Psoríase: doentes reportam dificuldade no acesso a terapêuticas inovadoras

29/10/24
Psoríase: doentes reportam dificuldade no acesso a terapêuticas inovadoras

A PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase realizou uma sessão sobre o acesso a tratamentos e que impacto é que têm na vida de cada doente, mostrando o cenário atual com especial foco no acesso a terapêuticas inovadoras. Cerca de 600 participantes identificaram obstáculos no acesso a medicamentos, obrigando-os a voltar aos hospitais para conseguir tratamento.

Este projeto nasceu devido ao número crescente de relatos, sobretudo por parte de doentes denominados naïves, ou seja, aqueles a quem foi prescrita a terapêutica biológica pela primeira vez.

“Os relatos de dificuldade de acesso dos doentes à terapêutica biológica sempre nos chegaram, mas acentuaram-se no último ano. Com este projeto, procuramos traçar o cenário atual do acesso ao tratamento dos biológicos em Portugal, pela voz daqueles que diariamente vivem essa realidade – doente e clínicos”, afirma Jaime Melancia, presidente da PSOPortugal.

No inquérito é possível apurar que uma percentagem significativa dos inquiridos (16 %) reporta dificuldades no aceso a medicamentos biológicos. Destes, cerca de dois terços (63 %) referem que sempre sentiram dificuldades, enquanto 37 % partilha estar a ser mais complicado aceder ao tratamento nos últimos tempos.

A dificuldades principal é a necessidade de voltar a um hospital, situado longe da zona de residência, várias vezes ao ano, dado que o tratamento apenas é disponibilizado para três meses (26 %). 

No que diz respeito ao impacto destas dificuldades na vida do doente, 45 % admite ter ansiedade, 39 % tem custos financeiros acrescidos em deslocações longas ou outros, 26 % sente a sua assiduidade laboral prejudicada e 16 % diz ter impacto na vida social e familiar.

As propostas que a PSOPortugal apresenta passam pela revisão das Normas de Orientação Clínica (NOC) da Direção-Geral da Saúde (DGS), com a colaboração do Grupo Português de Psoríase (GPP) da Sociedade Portuguesa de Dermato-Venereologia, mas também pela atualização das orientações da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, e consequente atualização do Formulário Nacional do Medicamento, em colaboração com o GPP.

“Pretendemos não só identificar os problemas, mas compreender possibilidades de solução e apresentar propostas pragmáticas de ação. Esperamos conseguir, com este projeto, atenuar estas dificuldades e facilitar o acesso a estes medicamentos que são indispensáveis à qualidade de vida dos doentes”, conclui Jaime Melancia.

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