Núcleo de Urgência e do Doente Agudo da SPMI emite parecer sobre a criação da especialidade de Urgência

13/07/22
Núcleo de Urgência e do Doente Agudo da SPMI emite parecer sobre a criação da especialidade de Urgência

A coordenadora do Núcleo de Estudos de Urgência e do Doente Agudo da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Dr.ª Maria da Luz Brazão, marca a posição do grupo relativamente à criação da especialidade de Urgência. Leia o artigo na íntegra.

Os Serviços de Urgência (SU), em Portugal, estão à beira do colapso, não pela ausência de uma especialidade de urgência como tem sido defendido por alguns, mas devido à sua enorme afluência, criando sobrelotação e SU disfuncionais.

A causa para este fenómeno é multifatorial. O fator que mais afeta a sobrelotação localiza-se principalmente a montante (na quantidade e no tipo de cuidados que chegam aos SU), de seguida a jusante (disponibilidade e gestão de camas no internamento) e menos frequentemente no circuito do doente dentro do SU.

A gestão do acesso e dos percursos nos cuidados da doença aguda é um problema já identificado há muito em Portugal, e inclusive denunciado em artigos de opinião, pelo NEUrgMI, pela SPMI e pelo Colégio da Especialidade de Medicina Interna, que recentemente se juntou ao Colégio de Medicina Geral e Familiar e delinearam soluções para a gestão do acesso e dos percursos nos cuidados em doença aguda ou agudizada em Portugal, as quais passam pela reestruturação dos serviços de saúde (Hospitais e Cuidados de Saúde Primários) que permitam alternativas válidas ao recurso indiscriminado às urgências - “Contributos para a melhoria na acessibilidade aos serviços de urgência”.

Este contributo dá-nos uma visão de futuro e integradora para os serviços de urgência em Portugal, centrada na otimização da gestão e natural redução da procura de cuidados no SU e não na hipertrofia dos SU.

É nesta visão que nós, NEUrgMI, e a maioria dos internistas se revêm.

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