Investigadores desenvolvem método para reconhecer precocemente quatro tipos de cancros em mulheres

22/02/22
Investigadores desenvolvem método para reconhecer precocemente quatro tipos de cancros em mulheres

A partir de amostras retiradas do exame ginecológico será possível identificar precocemente o cancro da mama, dos ovários, do útero e do colo do útero, recorrendo-se a uma única amostra.

 

De acordo com dois artigos publicados na Nature Communications, os investigadores, utilizando as amostras deste exame, descobriram que o novo teste designado por WID-Test pode auxiliar no reconhecimento de mais mulheres com alto risco de diagnóstico do cancro de mama ou de cancro no ovário do que os atuais testes baseados em genética.

Neste novo método utilizado, são estudadas as metilações do ADN que muitas das vezes são alteradas devido ao ambiente e estilo de vida das pessoas, mudanças que indesejáveis na forma como as nossas células se comportam, e influenciar a predisposição a doenças, incluindo o cancro.

“O teste WID procurará as pegadas no ADN de uma mulher ao longo da vida, registando a sua condição e se ela está a desenvolver cancro”, anuncia Martin Widschwendter, da Universidade austríaca de Innsbruck e UCL, que liderou a pesquisa.

Os primeiros resultados sugerem que este novo método é capaz de identificar mais de 76% das mulheres com maior risco de cancro da mama, em comparação com 47% dos métodos que estão a ser utilizados atualmente. Para o cancro nos ovários, identificou-se quase dois terços das mulheres com maior risco, acima dos 35% alcançados pelos testes atuais.

Ainda que os resultados não tenham sido para já divulgados, a capacidade do teste na previsão do cancro no útero e no colo do útero são positivos. Isto porque o WID-Test pode ajudar a identificar os quatro cancros ginecológicos que representam mais de 50% de todos os cancros em mulheres na Europa.

“Criar uma nova ferramenta de triagem para os quatro cancros que mais afetam mulheres e as pessoas com órgãos ginecológicos – particularmente aqueles que atualmente são mais difíceis de detetar num estágio inicial – a partir de um único teste pode ser revolucionário”, refere Athena Lamnisos, diretora executiva do Eve Appeal, que está a financiar a pesquisa, juntamente com o Conselho Europeu.

A equipa pretende conseguir testar a nova tecnologia em grandes ensaios populacionais para ver se o teste WID prevê com precisão o cancro antes que ele ocorra e fazer comparações realistas com os testes atuais.

 

Fonte: Nature Communications

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