Diagnósticos de cancro em pessoas com mais de 70 anos pode aumentar 110% até 2040

17/02/22
Diagnósticos de cancro em pessoas com mais de 70 anos pode aumentar 110% até 2040

O número de novos diagnósticos de cancro em pessoas com mais de 70 anos pode aumentar em 110% até 2040, alerta um novo estudo sobre cancro e envelhecimento, divulgado pela agência KPMG e a Sanofi. O cancro é a segunda doença não transmissível mais comum em todo o mundo, e os idosos contribuem significativamente para a incidência desta doença.

Relativamente à Disability-adjusted life year (‘DALY) — medida da carga económica e social do cancro e do envelhecimento -, esta deverá crescer 80% nas próximas duas décadas, com o maior aumento observado nos cancros de mama, estômago e esófago.

O mesmo estudo estima que o impacto económico e social do cancro e do envelhecimento na China deverá quase duplicar nas próximas duas décadas, enquanto nos Estados Unidos da América e na União Europeia (EU) terá um aumento notável na população envelhecida.

A análise prevê que a carga económica e social do cancro e do envelhecimento seja de aproximadamente entre 1 e 2% do PIB nestes países (com base em dados de 2020).

Até 2040, se os gastos e as políticas atuais permanecerem inalterados, a carga económica e social do cancro e do envelhecimento na UE e no Reino Unido deverá ter um impacto percentual de cerca de 2,94% do PIB.

No que se refere à sobrecarga do cuidador, o estudo apresenta a maior sobrecarga para a UE, com valores estimados de 83 mil milhões de dólares (cerca de 73 mil milhões de euros), seguida dos EUA com valores de 46 mil milhões de dólares (cerca de 40 milhões de euros).

Com este aumento da incidência de cancro, estima-se que a sobrecarga do cuidador continue a aumentar nos próximos anos.
Face a esta realidade, são sugeridas várias ações políticas que, se implementadas, poderiam ser benéficas para a diminuição deste impacto social e económico. Nomeadamente, ao nível da educação – através da formação específica em prática geriátrica para profissionais de Oncologia, bem como no incentivo do uso de ferramentas de avaliação geriátrica na tomada de decisão em Oncologia.

É ainda proposto, que se elaborem ensaios clínicos específicos de acordo com a idade, de forma a melhorar o conhecimento no tratamento de pessoas idosas. O uso de novos medicamentos em pessoas acima dos 75 anos, também consta nas medidas de prevenção para contornar este desfecho.

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