Coordenado pelo Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, na pessoa do Prof. Doutor Fausto Pinto, e em parceria com a empresa HeartGenetics, Spin-Off do Instituto Superior Técnico, na pessoa da Prof.ª Doutora Ana Teresa Freitas, com a Nova Medical School, na pessoa da Prof.ª Doutora Conceição Calhau, com a Faculdade de Medicina do Porto, na pessoa do Prof. Doutor João Tiago Guimarães, e com o Instituto Gulbenkian da Ciência, na pessoa da Dr.ª Ana Portugal Melo, o projeto VITACOV foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, ao abrigo do programa “Research 4 Covid-19 Apoio especial a projetos de implementação rápida para soluções inovadoras de resposta à pandemia de COVID-19”.
O estudo avaliou, entre agosto de 2020 e janeiro do presente ano, 517 doentes admitidos nas urgências dos Hospitais de Santa Maria em Lisboa e do São João no Porto.
Os resultados obtidos mostram que pessoas com níveis de vitamina D muito baixos apresentam uma resposta muito agressiva à infeção COVID-19, levando na sua grande maioria à morte. Além deste, foi possível identificar uma associação entre características genéticas e os baixos níveis da vitamina D em circulação, mostrando a relevância da genética neste contexto.
No entanto, um dos resultados mais relevantes apresentados prendeu-se com a caracterização, pela primeira vez, da genética da população portuguesa para a área da vitamina D. O confronto dos dados genéticos obtidos pelo projeto para 517 pessoas com os dados existentes na base de dados de um dos parceiros do projeto, a empresa HeartGenetics, permitiu validar que a população Portuguesa tem uma prevalência de algumas alterações do genoma, quatro vezes superior à média Europeia, que levam a uma predisposição genética para défice de vitamina D. Este resultado pode ajudar a compreender outros resultados científicos obtidos em 2020, por outros grupos de investigação em Portugal, onde foi possível demonstrar que cerca de 60% da população portuguesa apresenta níveis de vitamina D em circulação muito baixos, quando comparado com cerca de 20% da população finlandesa, por exemplo, para a mesma época do ano.
Estes novos dados provam que não é correto supor que os países com mais exposição solar não apresentam problemas com deficiência de vitamina D, mostrando que a caracterização genética, a monotorização da vitamina D e a adoção de outras recomendações ao nível populacional devem ser implementadas.
Um ano após o início da pandemia, está descrito e aceite pela comunidade científica que a deficiência de vitamina D pode ser um fator de risco para a mortalidade em pacientes infetados com COVID-19.
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