“Os optometristas são profissionais de saúde e igualam os restantes profissionais de saúde no risco de exposição ao contágio por SARS-CoV-2. Os cuidados que prestam são de elevadíssima proximidade do rosto dos utentes e das suas vias respiratórias. Acresce que o contágio através de aerossol não se limita à inalação ou contacto com as vias aéreas do recetor, mas há também referências científicas para o contágio através da superfície ocular”, sustenta o Dr. Raúl de Sousa, presidente da APLO.
O responsável continua: “No que respeita aos cuidados para a saúde da visão, a pandemia evidenciou todos os defeitos, más práticas e gestão inadequada da prestação destes cuidados no Serviço Nacional de Saúde (SNS). É a tempestade perfeita! Barreiras de acesso aos cuidados para a saúde da visão intransponíveis para a maioria dos portugueses, típicas das décadas anteriores, exponenciadas pelo encerramento da atividade assistencial, num ano absolutamente invulgar. A solução encontrada até à data, é fazer o mesmo que sempre falhou e esperar que os resultados sejam diferentes”, considera.
Para o optometrista, “é imperioso o entendimento sobre a necessidade de Portugal seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nestas incluem-se as que versam as intervenções para o erro refrativo, descritas na versão preliminar do Compêndio da OMS, com referência central ao papel do optometrista”.
Os optometristas realizam dois milhões de consultas todos os anos, e estão na linha da frente para a principal causa de deficiência visual e cegueira evitável. A classe aguarda o reconhecimento pelo Estado Português, a partir de uma iniciativa legislativa que materialize o que já se pratica há 30 anos em Portugal e há 250 anos no mundo, nomeadamente a definição do acesso e regulação da profissão de optometrista, que protege tanto os profissionais, como os utentes.
Até à data, a APLO aguarda informação sobre o momento para a vacinação dos optometristas e lamenta a falta de informação por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS).