“Em Portugal, nenhuma das pessoas que são atualmente elegíveis para esta terapêutica teve ainda acesso à mesma. Dada a sua eficácia, é essencial que este medicamento seja celeremente disponibilizado”, sustenta o Dr. Herculano Rocha, presidente da APFQ.
Já o Dr. Paulo Sousa Martins, presidente da ANFQ, questiona: “Com esta nova terapêutica, quantas crianças, adolescentes e adultos podem evitar a deterioração clínica? Todo o tempo de espera burocrático que tem decorrido é sinónimo de perda progressiva e irreversível da capacidade respiratória”.
O responsável considera ainda que “Portugal deve seguir o bom exemplo de outros países europeus e avançar rapidamente com a disponibilização deste tratamento inovador. A ciência e inovação devem servir todos aqueles que mais necessitam e esta é uma situação exemplar disso mesmo”.
O novo tratamento, já aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já se encontra disponível em alguns países europeus, melhorando significativamente o prognóstico da doença, a função pulmonar e qualidade de vida dos doentes, ao mesmo tempo que diminui as exacerbações pulmonares e o recurso a internamentos hospitalares.
Ambas as associações promovem, assim, uma petição destinada a reforçar a necessidade da disponibilização imediata do novo tratamento inovador a todas as pessoas com FQ em Portugal, tendo já reunido 14.277 assinaturas. O documento deverá ser entregue na Assembleia da República até ao final de janeiro e atuará como recomendação ao Governo à adoção de “eventuais procedimentos excecionais, conducentes à célere disponibilização do novo tratamento a todas as pessoas elegíveis com FQ em Portugal”, referem as entidades.