Destaca-se uma diminuição das mortes por pneumonia bacteriana e manutenção das mortes por cancro do pulmão, de acordo com os dados da Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS).
A 16.ª edição deste relatório, desenvolvido por especialistas da área da saúde respiratória a nível nacional, comprova que as doenças respiratórias continuam a ser uma das principais causas de morbilidade e de mortalidade em Portugal, apesar de ter sido observado um decréscimo gradual a partir de 2019.
Quanto à COVID-19, e uma vez que este relatório incide nos anos de pandemia, é possível observar que 2021 houve mais 5845 mortes provocadas por esta doença do que em 2020, ano em que o vírus SARS-COV2 chegou a Portugal.
As mortes por doenças raras (13,2 %) e crónicas (10,1 %), tal como as pneumonias (36,7 %) registaram uma diminuição que os especialistas acreditam que advém de diagnósticos mais assertivos e de tratamentos mais eficazes. Contudo, mesmo verificando uma descida nas mortes por estas patologias, em 2022, a pneumonia bacteriana levou ao internamento de 24 279 portugueses, dos quais 5178 acabaram por morrer.
Quanto à pneumonia viral, que se manteve estável até 2021, o estudo demonstrou um aumento de 413 internamentos em 2022, atingindo um total de 916. Também o número de mortes aumentou para 59 (mais 33 do que em 2021).
Analisando as doenças pulmonares que precisam de ventilação durante o internamento, deparamo-nos com as pneumonias, referidas anteriormente, e com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) como as grandes causas de internamento em 2022, sendo responsáveis por 73% das hospitalizações com ventilação, que são as mais dispendiosas, longas e com maior mortalidade.
Relativamente aos óbitos e de acordo com o quadro acima, os especialistas da FPP olham com preocupação para subida constante das mortes provocadas por pneumoconioses, uma tendência que é necessário estudar, para serem apontadas possíveis causas para este aumento.
O relatório analisou ainda dados da fibrose pulmonar, asma brônquica, gripe, entre outras doenças, e concluiu que as duas primeiras apresentaram números crescentes no que respeita a internamentos e em mortes entre 2018 e 2022.