COVID-19: algoritmos digitais de apoio à decisão clínica permitem informação médica “sistemática e estruturada”

16/01/23
COVID-19: algoritmos digitais de apoio à decisão clínica permitem informação médica “sistemática e estruturada”

“É imperativo que as estruturas e instrumentos de suporte à decisão sejam inovadores e disruptivos”, assevera o Dr. David Rodrigues, VP of Medical Content da UpHill, em entrevista à News Farma, sobre a recente atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS) referente às linhas orientadoras da terapêutica farmacológica para a COVID-19 a seguir nas diferentes fases da doença, referidas na norma 005/2022, que disponibiliza o acesso a algoritmos digitais de apoio à decisão clínica. Leia o seu testemunho.

Atendendo que, segundo o especialista, “existe uma relação entre a variação dos processos clínicos e o desperdício em saúde”, bem como “entre a prática baseada na evidência e a melhoria dos outcomes dos doentes, da segurança e da eficiência dos processos”, torna-se “imperativo” que as estruturas e os instrumentos de suporte à decisão possam “favorecer a agilidade e produtividade dos profissionais” e que não sejam mais um “entrave” à prestação de cuidados.

Os algoritmos digitais disponibilizados pela Uphill “permitem uma maior acessibilidade dos profissionais de saúde às recomendações da Norma da DGS, contribuindo para uma maior disseminação das boas práticas”, explica.

Os algoritmos são planeados de acordo com as fases e as ações que devem acontecer aos doentes com COVID-19 para que possam ser tratados de acordo com a melhor evidência científica disponível. “Esta sequência de fases e ações, designada jornada de cuidados, é um instrumento robusto para a garantia das dimensões da qualidade na saúde.” E explica que através de recurso ao formato digital e interativo, os profissionais de saúde conseguem aceder a informação médica de forma “sistemática e estruturada, com detalhe e de forma personalizada ao doente e respetiva situação clínica”.

Ao nível dos benefícios para a decisão clínica, o Dr. David Rodrigues partilha que toda a conjuntura de decisão clínica envolve um processo contextual, contínuo e evolutivo e que várias vezes está cercada de um grau de incerteza e que pode ter várias origens: a primeira, uma incerteza clínica relacionada com a ausência ou incompletude da informação científica útil para a tomada de decisão; outro aspeto apontado pelo especialista é referente à “incerteza conceptual” e que se caracteriza “pela necessidade de aplicar critérios abstratos a situações concretas”; por fim, a incerteza relacionada com as expectativas e desejos dos doentes.

Neste sentido, aponta que a capacidade de minimizar o grau de incerteza inerente à decisão clínica se deve à capacidade de aceder a informação detalhada, atualizada, multidimensional e confiável. Portanto, toda a transformação de documentos extensos num clinical pathway interativo e navegável torna-se “significativo não só para a sua disseminação, mas também para a sua utilização efetiva durante a prestação de cuidados”.

A parceria entre a UpHill e a Direção-Geral da Saúde “é um marco na transformação digital da saúde em Portugal”, menciona. Foi formalmente estabelecida a 19 de outubro de 2021, com ambos os agentes a acreditarem que é uma “necessidade inquestionável” o desenvolvimento de instrumentos robustos que suportem a decisão clínica quer numa perspetiva da prestação direta de cuidados de saúde, quer numa perspetiva de acesso e navegabilidade no sistema de saúde por parte dos cidadãos.

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