Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde testa nova estratégia de desinfeção nos hospitais

19/09/18
Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde testa nova estratégia de desinfeção nos hospitais

Uma equipa de investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) vai testar uma nova estratégia de desinfeção das superfícies dos hospitais que estão em contacto com os doentes, de modo a diminuir o risco de infeções, sobretudo por microrganismos patogénicos resistentes aos fármacos. Os cientistas irão implementar um sistema automático de vaporização de peróxido de hidrogénio (H2O2) para descontaminação das superfícies na Unidade de Queimados do Hospital de São João, no Porto.

Sob a coordenação dos Profs. Doutores Luís Cobrado e Acácio Rodrigues, o prospetivo com a duração de 36 meses, financiado pelo Portugal 2020 com cerca de 212 mil euros, vai investigar o “real impacto microbiológico e clínico da implementação na rotina de uma desinfeção de superfícies baseada em biocidas ativos contra microrganismos patogénicos multirresistentes, nomeadamente sobre as taxas de infeções associadas aos cuidados de saúde”.

Previamente, a equipa pretende “determinar o efeito antimicrobiano do vapor de H2O2 combinado com catiões de prata sobre diferentes espécies de fungos e bactérias suscetíveis e resistentes a antimicrobianos convencionais com relevância em doentes críticos”.

Estudos demonstram que 60% das superfícies de elevado contacto próximas do doente permanecem contaminadas após higienização manual devido à utilização de concentrações incorretas de desinfetante e/ou tempo de contacto insuficiente. Em quartos ocupados previamente por doentes infetados ou colonizados, o risco de infeção ascende aos 73%.

Espera-se que a melhoria da desinfeção hospitalar contribua significativamente para minimizar a colonização e a infeção entre os pacientes queimados e para reduzir a administração de fármacos antimicrobianos, combater a resistência antimicrobiana e diminuir os custos relacionados com os cuidados de saúde prestados.

A equipa do projeto H2O2/Ag+ impact in HAI envolve também os investigadores Cidália Pina Vaz, Elisabete Ricardo, Ana Isabel Silva Dias, Isabel Miranda, Maria Manuel da Silva Azevedo e Luís Filipe Azevedo.

Fonte: Notícias Universidade do Porto

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