Hipertensão arterial: especialista alerta para a importância de uma abordagem “multifacetada e multifatorial” nas mulheres

18/05/18
Hipertensão arterial: especialista alerta para a importância de uma abordagem “multifacetada e multifatorial” nas mulheres

A hipertensão arterial (HTA) é responsável por uma em cada cinco mortes entre as mulheres, sendo que a doença apresenta uma maior prevalência no sexo feminino. Na data que assinalou o Dia Mundial da Hipertensão, nesta quinta-feira, 17 de maio, o coordenador do Núcleo de Estudos de Risco e Prevenção Cardiovascular (NERPC) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Dr. Pedro Marques da Silva, alertou para a importância de assumir uma “abordagem multifacetada e multifatorial da HTA nas mulheres”.

 

“A HTA é um companheiro para a vida, numa relação intempestiva, trespassada por afeções diversas, mas sempre presente, sempre atenta, tanto na prevenção, como no tratamento”, afirma o especialista.

Citando os dados do Global Burden of Disease, o coordenador do NERPC dá conta de que, em Portugal, “cerca de 41% do total de anos de vida sustentável perdidos por morte prematura poderiam ter sido evitados se fossem suprimidos os principais fatores de risco modificáveis”. E no segundo lugar da lista, logo a seguir aos maus hábitos alimentares (16%) vem precisamente a HTA (13%).

“Em 2015, as doenças cardiovasculares e vasculares cerebrais foram responsáveis por quase 30% das mortes ocorridas em Portugal, com um acréscimo de 0,5% relativamente a 2014, que nos deve obrigar a meditar”.

Apesar de tanto homens como mulheres fazerem parte dos doentes com HTA, verifica-se uma maior incidência no sexo feminino. Ainda assim, e nas palavras do Dr. Pedro Marques da Silva, as mulheres são “mais ponderadas e são mais conscientes de que têm HTA, ao contrário dos homens, o que, juntamente com a sua singular relação com instituições de saúde desde a saúde materno-infantil, explica, possivelmente, o melhor controlo tensional nas mulheres”.

Como o próprio afirma, “a taxa bruta de mortalidade foi de 313,2 por mil habitantes, mais elevada para as mulheres, com 330,6, do que para os homens, com 293,9”.

Neste sentido, o especialista defende uma abordagem multifacetada e multifatorial da HTA nas mulheres, e também nos homens, ao controlar o peso, seguir uma dieta variada, equilibrada e nutricionalmente adequada, restringindo o sal, alguns tipos de gorduras e o excesso de açúcares de absorção rápida. Aconselha também a prática de exercício físico regular e a limitação de álcool, “restringindo – em tantos casos! – os analgésicos anti-inflamatórios”.

Como conselho, o coordenador do NERPC pede que “não omita a HTA”, sendo uma condição cardiovascular capaz de se manifestar em todas as fases da vida e de desempenhar um papel importante da morbilidade e mortalidade do sexo feminino.

 

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