Estudo comprova que a reputação da indústria farmacêutica melhorou em 2017

24/04/18
Estudo comprova que a reputação da indústria farmacêutica melhorou em 2017

O estudo “Corporate Reputation of Pharma in 2017 – Patient Perspective”, divulgado no início de abril, refere-se à reputação que as empresas farmacêuticas têm no seio da comunidade de doentes. Apesar de existirem ainda parâmetros em falta, os valores divulgados, relativos a 2017, demonstram uma melhoria na forma como é vista a indústria por aqueles que são os seus “clientes”.

A amostra foi constituída por 1330 doentes, de 95 países diferentes. Através do inquérito “PatientViews”, realizado entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018, o estudo tinha como principal objetivo explorar a perspetiva dos doentes que se relacionam com empresas farmacêuticas, de forma a poder analisar a sua performance em comparação com outros setores da indústria da saúde. Ao todo, foram tidas em consideração 46 empresas, postas à prova mediante 12 indicadores avaliativos de reputação.

De uma forma geral, pôde concluir-se que a atitude dos doentes em relação às empresas farmacêuticas apresentou melhorias em 2017, sendo que 43% dos inquiridos lhes atribuiu a classificação “excelente” ou “bom”. Para além desse fator, também atribuíram à indústria o 3.º lugar, entre um total de nove, no ranking dos melhores setores da indústria da saúde. Em 2016, tinha sido colocada na 5.ª posição.

No que diz respeito às atividades-chave das empresas farmacêuticas, as opiniões acompanharam esse crescimento.

Os doentes inquiridos consideraram que a indústria farmacêutica apresentou melhorias na sua performance, em três das áreas mais importantes para o seu desempenho: uma ação centrada no doente – 35% atribuiu a classificação “excelente” ou “bom”, contrastando com os 26% em 2016; a integridade – 31% avaliou como “excelente” ou “bom”, em comparação com os 28% em 2016; e a prestação de serviços “para além do medicamento” – 27% apreciou de modo “excelente” ou “bom”, em relação aos 20% em 2016.

Ainda que a imagem das empresas dentro da comunidade de doentes pareça ter melhorado em alguns dos parâmetros mais importantes, foram também várias as avaliações negativas em 2017 referentes a outros aspetos da indústria.

Um exemplo é a capacidade de inovação, sendo que só 48% dos inquiridos classificou como “excelente” ou “bom” – em 2016 o valor tinha sido 59%, o que, por si só, já tinha sido uma descida em relação aos 69% em 2015. Da mesma forma, a aptidão para a produção de produtos de qualidade elevada tem vindo a decrescer, uma vez que 57% considerou este aspeto “excelente” ou “bom”, em contraste com os 64% em 2016 e os 72% em 2015.

Parecem existir diferentes problemas estruturais que justificam o panorama de resultados. Se, por um lado, as empresas enfrentam dificuldades em diferenciar os seus produtos daqueles disponibilizados pela concorrência, por outro está-lhes a ser complicado atender a todas as necessidades dos pacientes e, ao mesmo tempo, inovar.

Ainda assim, a indústria farmacêutica como um todo melhorou, em 2017, a sua reputação aos olhos dos doentes, facto que poderá ser explicado pelos esforços globais que têm sido feitos para desenvolver a própria integridade da empresa.

Face aos resultados, os autores do estudo ordenaram as empresas farmacêuticas tendo em conta os 12 indicadores do inquérito. Em primeiro lugar ficou a ViiV Healthcare, tal como aconteceu em 2016, assinalando a superioridade em 11 dos 12 parâmetros em causa. De seguida ficou a AbbVie, na mesma posição de 2016, tendo sido a primeira em seis dos 12 indicadores. Por fim, no terceiro lugar do pódio ficou a Gilead Sciences, assinalando uma subida de lugares em relação a 2016.

Tal como é explicado no estudo, as empresas podem ser colocadas em três diferentes níveis, mediante a avaliação da sua performance. Assim, 10 das 46 empresas participantes alcançaram uma pontuação que as permite estar no nível mais alto – ViiV Healthcare, AbbVie, Gilead Sciences, Novartis, Janssen, Roche, Lundbeck, UCB, Novo Nordisk e Pfizer.

O inquérito realizado no âmbito do estudo “Corporate Reputation of Pharma in 2017 – the Patient Perspective” está já na sétima edição, com início em 2011. Este método procura refletir sobre as relações, em mudança e cada vez mais desafiadoras, entre os doentes e as empresas farmacêuticas.

O estudo pode ser consultado na íntegra aqui.

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