Num documento enviado às redações, a OF informa que está preocupada com os impactos de medidas de natureza político-administrativa adotadas nos últimos anos, devido às alterações que provocam na organização e funcionamento do setor e à ameaça que representam para a sustentabilidade dos pequenos e médios laboratórios de análises clínicas, que durante décadas assumiram um papel nuclear no acesso dos portugueses aos meios complementares de diagnóstico.
Em comunicado de imprensa, a entidade afirma que fenómenos como a internalização das análises clínicas nos hospitais e laboratório do Estado ou a integração de unidades privadas locais em operadores de maior dimensão têm vindo a condicionar a ação de todos quantos operam nesta área. “Por outro lado, assiste-se também à tomada de decisões pela administração central, autoridades locais ou administrações hospitalares sem a devida evidência”, lê-se no documento.
Os profissionais criticam ainda o argumento de um melhor aproveitamento da capacidade instalada no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que leva ao encaminhamento os doentes para as unidades públicas e ao desprezo do regime de complementaridade entre o setor público e privado que “constituiu trave-mestra do sistema de saúde”.
“A OF tem vindo a defender que o aproveitamento da capacidade instalada deve ocorrer onde já existe. Passado mais de dois anos desde a publicação do estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) sobre o setor, continuam por apurar vários indicadores relativos à atividade dos laboratórios clínicos, designadamente o verdadeiro custo unitário dos exames no setor público e a sua competitividade face ao sistema de convenções estabelecido há vários anos”.
As reuniões decorreram na Assembleia da República, ontem com o Partido Social Democrata, esta manhã com o Partido Socialista e, por fim, com o Partido Comunista Português.