Inovações e estudos recentes levam a novo consenso sobre miomas uterinos

01/06/17
Inovações e estudos recentes levam a novo consenso sobre miomas uterinos

No próximo sábado, dia 3 de junho, é apresentado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), durante o 21.º Congresso de Obstetrícia e Ginecologia, o novo Consenso Nacional sobre Miomas Uterinos 2017, que passam a contar com os progressos existentes nos últimos anos para o tratamento desta patologia e os mais recentes estudos na área da Ginecologia.

Estas guidelines permitem aos especialistas nacionais seguirem uma linha de orientação delineada pelos principais médicos da área sobre miomas uterinos, o tumor ginecológico mais frequente da mulher.

“Até aqui, os especialistas trabalhavam sobretudo tendo como base o algoritmo internacional, sendo que este documento passará a estar disponível para os especialistas na área da Ginecologia e Obstetrícia e contém os mais recentes desenvolvimentos que vieram revolucionar a abordagem do tratamento dos miomas uterinos. Os fatores de tratamento prendem-se agora com o facto de a mulher estar em idade reprodutiva com desejo de engravidar, estar fora da idade de reprodução ou não ter o desejo de ser mãe. A partir daqui são-lhes apresentadas as opções mais viáveis para cada caso”, avança a Dr.ª Fernanda Águas, presidente da SPG.

A principal alteração das guidelines baseia-se na inserção de uma inovadora opção de tratamento para as mulheres, que pode agora ser utilizada em tratamento de longa duração e pode substituir a cirurgia, sendo, até aqui, vista pelos especialistas apenas como uma opção pré-cirúrgica. O contributo dos novos fármacos fez redefinir os objetivos da terapêutica médica, passando a incluir para além do controlo dos sintomas, como é o caso das hemorragias uterinas, anemia, dores pélvicas, também a redução ou total desaparecimento dos miomas uterinos.

Os novos consensos incluem também os mais atuais estudos nacionais e internacionais desenvolvidos na área, nomeadamente o estudo sobre as histerectomias em Portugal, que concluíram que a maior causa de remoção total do útero (histerectomia) ainda são os miomas uterinos. Nos novos consensos reconhece-se que o procedimento cirúrgico desta patologia se associa a um maior período de recuperação, a custos mais elevados e a uma taxa de complicações significativa para as mulheres. A melhor perceção do contexto do impacto da remoção total do útero em Portugal permitiu o aumento do conhecimento dos especialistas e o desenvolvimento de respostas mais adaptadas e conservadoras para a mulher.

A Dr.ª Fernanda Águas acrescenta que “se registaram avanços significativos a nível da terapêutica médica que, para além de proporcionar agora melhores condições de aplicação aos tratamentos cirúrgicos mais conservadores e às novas vias de abordagem, poderá constituir, por si só, uma opção terapêutica única, que evite o recurso à cirurgia”.

Consulte aqui o novo Consenso Nacional sobre Miomas Uterinos 2017.

 

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