Conselho das Sociedades Científicas Médicas Portuguesas pretende atuar no plano político

06/02/15
silva 6c9f8O Conselho das Sociedades Científicas Médicas Portuguesas, recentemente constituído e que abrange 30 sociedades científicas, procura ser ouvido no plano político. Segundo o Dr. Silva Cardoso, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), a primeira intervenção pública vai centrar-se no decreto de lei que estabeleceu a incompatibilidade das pessoas que integram os corpos sociais das sociedades científicas com o exercício de cargos em júris do SNS.


"As sociedades científicas têm problemas e objetivos semelhantes, pelo que faz todo o sentido haver uma ação cooperativa. Faltava algo que despertasse a necessidade de nos reunirmos e esse motivo surgiu no início de 2014 com o decreto de lei 14/2014, que estabeleceu a incompatibilidade das pessoas que integram os corpos sociais das sociedades científicas com o exercício de cargos em júris do Serviço Nacional de Saúde. Isso obviamente levantou uma onda de revolta e de sentimento de injustiça que nos levou a atuar", afirma o Dr. Silva Cardoso.

O conselho, segundo explica o presidente da SPC, "visa desenvolver ações concertadas das sociedades científicas no âmbito da formação, da investigação e intervenção junto do público - com a divulgação de práticas de profilaxia e comportamentos saudáveis -, assim como a intervenção junto dos decisores políticos".

O especialista considera que as sociedades científicas têm um grande prestígio, mas que do ponto de vista político têm pouca relevância. Por isso, apela à consulta das sociedades na gestão da saúde. "Consideramos que num contexto em que há limitação de recursos é importante que a sua gestão, concretamente na área da saúde, seja feita com base numa melhor ciência. E a melhor ciência alberga-se nas sociedades científicas", refere.

"O âmbito de intervenção futura irá muito além do decreto e achamos que se se mantiver a democraticidade, este Conselho terá um longo futuro e vai reforçar-se em termos de número de associações que se lhe juntarão, assim como no seu âmbito de intervenção. Acredito que dentro de alguns anos este será um parceiro importante no diálogo político e que será ouvido e tido em consideração em todas as decisões", conclui.

Dentro de um mês, prevê-se uma nova reunião para aprovação dos estatutos e eleição dos corpos sociais do Conselho das Sociedades Científicas Médicas Portuguesas.



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