Investigador da UC preside à Comissão Internacional Sistemática de Procariotas

01/10/14
Investigador da UC preside à Comissão Internacional Sistemática de ProcariotasO Prof. Doutor Milton Costa, professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), é o primeiro português a dirigir a importante Comissão Internacional Sistemática de Procariotas (bactérias) - International Committee on Systematics of Prokaryotes (ICSP) - da União Internacional de Microbiologia.


A Comissão que reúne duas centenas de cientistas de todo o mundo e é responsável pela descrição, nomenclatura, classificação e agrupamento dos seres vivos, segundo sua filogenia (evolução).

Especialista em microbiologia, o Prof. Doutor Milton Costa preside também à Comissão Científica Internacional do Instituto de Microbiologia Stephan Angeloff, associado ao Instituto Pasteur, em Sófia (Bulgária), e integra regularmente expedições internacionais dirigidas à busca de novos micróbios.
Recentemente participou na missão MAMBA10, onde foi descoberto o primeiro micróbio que habita na zona mais profunda do Mar Mediterrâneo, classificado como Palleronia abyssalis.

Trata-se de um microrganismo "muito estranho e fascinante porque não se percebe como consegue viver a cinco mil metros de profundidade, num ambiente oligotrófico (muito pobre em nutrientes), onde praticamente não há atividade orgânica", explica o especialista.Outra característica que está a intrigar a comunidade científica é o facto "de se ter adaptado ao ambiente à superfície (no laboratório), em condições muito distintas do seu habitat de origem", sublinha Milton Costa.

Embora seja necessário sequenciar o genoma do Palleronia abyssalis e estudar as suas propriedades, o catedrático da Universidade de Coimbra nota que «os micróbios que vivem em ambientes extremos produzem, com toda a certeza, enzimas com elevado potencial biotecnológico. É muito importante explorar as características destes microrganismos porque, no futuro, poderão apresentar soluções para problemas de áreas tão diversas como a saúde ou agricultura».

O estudo deste invulgar micróbio envolveu também Luciana Albuquerque e Luis França, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC).

Partilhar

Publicações