Um estudo recente, publicado a 26 de junho na National Center for Biotechnology Information, concluiu que, entre 2000 e 2015, a trabeculectomia foi o procedimento cirúrgico de glaucoma mais realizado em Portugal. A investigação, levada a cabo por vários portugueses, analisou as tendências deste tipo de cirurgia durante o período em questão, sendo que os resultados são semelhantes aos de outros países do mundo.
O glaucoma é uma neuropatia ótica degenerativa, com alterações características quantificáveis do disco ótico, que leva a alterações progressivas e irreversíveis do campo visual1.
De acordo com o Grupo Português do Glaucoma, as repercussões na qualidade de vida dos doentes estão significativamente relacionadas com a gravidade da doença, tornando a perda maior com o avançar da doença1.
Existem diferentes tipos de glaucoma, que variam essencialmente em função da causa e da gravidade da doença. O glaucoma primário de ângulo aberto pode ser considerado o mais frequente, é responsável por quase 90% dos casos e é assintomático, logo os sintomas não são detetados até a doença ter atingido um estado avançado1. Devido à ausência de sintomas, a melhor e mais eficaz forma de diagnóstico é o exame ocular periódico.
Não existe uma causa única responsável pelo glaucoma, mas sim vários fatores de risco para a doença. Saiba quais.
Segundo o Dr. António Rodrigues Figueiredo, coordenador do Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, a melhor prevenção do glaucoma consiste em realizar uma consulta de rotina de Oftalmologia – acima dos 45 anos e sobretudo se existirem familiares com a doença.
O Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) introduziu uma nova técnica na cirurgia do glaucoma, anteriormente apenas utilizado em dois centros europeus. Trata-se de um procedimento inovador, usado em casos de glaucoma grave e refratário e que, segundo avança o site do Sistema Nacional de Saúde, é composto pela junção de dois implantes de drenagem não valvulados.
O Hospital Lusíadas Lisboa é o primeiro hospital privado a disponibilizar a ciclodestruição por ultrassons, uma técnica não invasiva que permite, em apenas três minutos, reduzir em 30% a pressão ocular no glaucoma.