Cada pessoa idosa tem dentro de si, uma vida inteira de experiência enriquecedora, e uma dimensão naturalmente resiliente que merece ser cultivada. É, assim, crucial equacionar variáveis de natureza diversa, no que respeita ao tipo de apoio necessário a cada individuo reconhecendo as necessidades com base no estilo de vida que cada um escolheu para si.
Equacionando ainda o contexto de pandemia que vivemos, é importante perceber que existem grupos de pessoas que necessitam de um tipo de cuidados diferenciado e que os mais idosos são um grupo mais vulnerável, não só aos efeitos devastadores da doença, mas também a inúmeros outros riscos.
Por isto, para que o modelo de cuidados resulte e seja adequado à população em causa, deve ser considerada a sua qualidade, com base num conjunto de indicadores sensíveis aos cuidados prestados nestas instituições. Trata-se, assim, de indicadores mensuráveis que cada instituição deve definir, em função das características dos seus utentes/residentes: o número de casos de acesso aos serviços de urgência, o número de quedas, a funcionalidade e atividades de vida diárias e o uso controlado de fármacos, são alguns indicadores de qualidade e bons exemplos mensuráveis.
Estes indicadores, assentam numa Política de Qualidade que permite melhorar o desempenho clínico e organizacional, que reforça a segurança dos doentes/utentes, monitoriza e reconhece a qualidade, informa e acima de tudo, capacita o cidadão na hora de fazer escolhas para uma etapa fundamental na sua vida.
É por existirem estes indicadores que várias instituições têm conseguido lidar com a pandemia de coronavírus da melhor maneira. Apesar de existirem casos em estabelecimentos como lares de terceira idade ou casas de repouso, é verificável que aqueles que atempadamente implementaram uma estratégia assente em parâmetros pré-definidos tiveram maior sucesso prevenir uma situação inesperada.
Assim, para o futuro, focando as várias dimensões da pessoa idosa e considerando cada uma como de extrema importância, é necessário construir planos que tenham em conta o físico e o psicológico e que prevejam situações extraordinárias. A rotina e controlo de qualidade o mais completo possível poderão ser chave neste seguimento.
Por todos estes aspetos é importante relembrar que prestar cuidados ao outro é trabalho que contribui para a felicidade do outro, para o seu bem-estar, que permite um apoio constante e transmite segurança a quem cuidamos. A arte de cuidar traduz-se na qualidade dos cuidados prestados. É gratificante trabalhar o lado humano, por muitas vezes esquecido, não só nos cuidados de saúde, mas na vida em geral.